sábado, 8 de março de 2008

Aforismos herméticos do cotidiano barato.

Todo o esforço é revoltante.

Neste daqui, vem vinte cigarros.

"Super prático", na embalagem de papel higiênico. Sentar, evacuar e limpar, mais fácil agora com Super Neve.

Duas dúzias de vermelho na barraca perto da Sé. Seis reais o quilo.

Neste daqui, vem cinco gramas, mas é da boa.

Aquele cara ali, tava rindo de você.

Sai fumaça de tudo que a gente da valor; Dos carros, das fábricas cujos produtos são para o bem-estar, da comidinha quentinha. Sai fumaça das minhas ventas, e nada.

Ta dormindo ô cidadão? Aqui num é lugar de dormir não! Rapá fora dessa praça vagabundo. Vai empilhar papelão vai.

O impostômetro ali pra lembrar da merda toda. Merda que não fede, é a mais perigosa, é coisa de câncer.

E por falar em gostosa, olha só aquele pernilzinho! Fala se num é coisa da esquerda, do tinhoso?

E a democracia isso, e a democracia aquilo, e também os direitos do homem e do cidadão, e essa coisa toda, a gente tem é que defender - O zé, é pra pagar como esses quilos todo de picanha que o cê pediu? - Ah meu querido, põe na conta do gabinete que isso aqui é discussão de ideologia.

Não ter graça é a prova do bom gosto de certas piadas. A vida não tem graça.

Um comentário:

Canto da Boca disse...

Alistagem de sem-gracice é infida...
Mas continuo achando que praça sem gente nao é praça... Mas lamento ser a praça, a casa de tantos e tantas...