segunda-feira, 25 de junho de 2007

Pois a pomba que veio...

Foi em um recado, que veio com uma pomba cor de mármore, por entre o meu sono, por dentro da minha janela. Foi em uma de suas patas, judiadas pelo asfalto quente, que vi um papel surrado, amarelo.

Recados de amor?

Pedido de socorro?

Não, um cenário:

O céu ia tomando a cor de nossas peles, e nós, a cor dos céus. Um cavalo vinha correndo, virava vento, virava flor, virava vida e depois virava cavalo. O chão de areia, que veio de muitas esmeraldas limadas pelo vento forte que vem do sul, cheirava a maçã do amor. O mar era quente, e dele saia uma luz violeta, rumo aos céus, e essa cor era a que preenchia as nuvens, já que nem havia mais sol.
Não se estava só. Havia algumas dezenas de pessoas no mar, uma mais ao fundo que outras. O Vento dava uma sensação de movimento, mas não dava frio. Ninguém falava nada; Procuravam entender o que estava acontecendo!


Lá do fundo, no fundo do mar, uma árvore começa a crescer bem rapidamente. Flores aparecem em seus galhos pontudos, flores que poderiam sorrir, se fossem muito mais que flores. Mas eram apenas um pouco mais que flores.


Não se sabe onde tudo isso aconteceu. Pode ter sido bem perto.

Não se sabe de quem era aquela pomba, pode não ser de ninguém.

O fato é que já passava das três, e meus olhos pesavam por demais.

Um comentário:

lucas lyra disse...

nao queria falar.
mas a pomba é minha.