sexta-feira, 31 de agosto de 2007

"Eu devo ter chego ao paraíso que construí olhando pela varanda..."

Um balão de unicórino, preso em uma janela bem lá no alto, enquanto tropas de homens muito velhos, quase que se desfazendo no ar, passavam, batendo as botas empoeiradas de terra que antes os enterrava.

A esquina começava a se tornar rua reta, enquanto as ruas retas começavam a subir em direção a uma mulher de branco que cantava alguma coisa sobre balanço de parquinhos sem crianças...

Estava muito quente, se via pela cor dos aços que despontavam das construções quase totalmente destruídas, mas calor não se sentia.

Um gato se enrosca em minhas pernas, como que querendo atenção. Quando vou com minhas mãos em sua direção, ele começa a voar, com asas que apareceram logo atrás dos bigodes.

Sentada em um banquinho branco de praça de cidade pequena, uma moça muito bonita, com os cabelos longos e negros cor-de-passado, mascando chiclete, ouve música em um fone de ouvido, e dança só com os pés. Ela está com os olhos fechados, livre desta imaginação toda que está acontecendo aqui fora.

Acendo um cigarro - lembro-me de todas aquelas pessoas que são que nem cigarro; duram no máximo cinco minutos, e o que sobra nunca dá pra guardar - e começo a observar as luzes que o céu possuia de cima daquele prédio de mentira. Azul, violeta, transparente, Anil. O céu nunca muda muito...

Eu devo ter chego ao paraíso que construí olhando pela varanda...

Nenhum comentário: